Avenida da Perdição (Capítulo 2)

02/27/2010

Já havia se passado um mês. A busca continuava diária e incansável. Não trabalhava mais e isso estava causando transtornos. Contas, lixo e restos se acumulavam pelo pequeno apartamento. Os editores cobravam textos ele só tinha fragmentos. Fragmentos de uma história onde ele era o narrador e o personagem principal. História que era sua sabia disso, mas agia como se fosse uma marionete nas mãos de uma menina que há pouco tinha saído da adolescência. Uma marionete cega… perdida de seu guia.

O escritor continuava com sua busca pela mulher que causara toda aquela confusão em sua vida. Precisava colocar um fim naquela história. A mataria se isso garantisse que aquele tormento iria acabar. Como louco percorria as ruas da cidade. Ora a pé ora de carro, causando raiva nos outros motoristas graças a lentidão em que seguia seu caminho. Já não aguentava mais a pressão, o desejo. Aquela paixão o estava levando à loucura.

Sabia que precisava dela. Tinha que voltar a escrever, a produzir, tinha que encontrar uma maneira de voltar à sua vida normal. No entanto tinha um medo terrível da reação da menina e um medo maior ainda da reação dele quando estivesse diante dela. O que faria? Ela poderia sequer o reconhecer afinal para ela ele era apenas mais um cliente. Quais as impressões que havia passado à menina naquele único encontro. Agora a mente estava povoada por um misto de medo e paixão. Será que ela havia gostado dele? Será que se lembraria? Será que em algum momento de seus dias pensava nele?

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